domingo, 11 de dezembro de 2011

Contradição.

Somos capazes de coisas incríveis. De invenções fabulosas. De soluções inimagináveis. De gestos valorosos. Somos capazes de vencer desafios aparentemente intransponíveis. De ultrapassar nossos próprios recordes. De alongar o território das nossas próprias fronteiras. De morrer e renascer, em vários momentos, numa única vida. Somos capazes de ser valentes e perseverantes muito mais do que, a princípio, supomos conseguir.
Somos capazes de mudar o rumo da nossa própria história, em várias circunstâncias, apesar de todo cansaço, de toda insegurança, de toda preguiça que possamos sentir para escrever os novos capítulos. Nós, seres humanos, somos poderosos, habitantes de um corpo que parece mentira de tão inteligente, bem bolado, e fantástico que é. Somos poderosos, embora possamos ignorar o nosso próprio poder até o instante em que ele se torna, de verdade, imprescindível.
Somos capazes de ideias espetaculares e nem temos ideia do limite desse potencial espetacular da nossa mente, se é que existe algum. Somos capazes de fecundar novas vidas humanas. E também de parir risos, poemas, projetos, canções, descansos, respostas, céus azuis macios que o sentimento cria e por onde o coração passeia. Somos capazes de resultados que não esperávamos. De mudanças que já não acreditávamos ser possíveis. De improvisos maravilhosos.
Alguns de nós já foram à Lua. Alguns de nós já driblaram a fome. Alguns de nós já foram feridos no corpo ou na alma pela insanidade das guerras. Alguns de nós já se superaram diante de doenças que lhes disseram ser incuráveis. Alguns de nós já deram a volta por cima ao ser desprezados pelas diferenças que são utilizadas para negar que somos todos, essencialmente, iguais. Alguns de nós já demonstraram, mais por ações do que por palavras, o quanto o ser humano é uma obra-prima genial.
Somos capazes de coisas incríveis. Mas, muitas vezes, diante da possibilidade do amor compartilhado, nós nos acovardamos. Sabemos que nada pode nos tornar mais fortes nem mais vulneráveis, ao mesmo tempo. Esquecemos que a vulnerabilidade, assim como a força, faz parte da condição humana. Para amarmos e para nos deixar ser amados precisamos aceitar sair do ilusório controle. Isso pode ser mais assustador do que qualquer outra coisa que nos meta medo, que nos peça coragem, que nos bagunce a vida. Pode ser a coisa mais linda do mundo também.
Ana Jácomo

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

PACIÊNCIA ... PAZ & AMOR ...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não para...


Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...


Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...


O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...


Será que é tempo
Que lhe falta para perceber?
Será que temos esse tempo
Para perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...


Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
A vida não para não...


Será que é tempo
Que lhe falta para perceber?
Será que temos esse tempo
Para perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...


Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
A vida não para...


A vida não para. (LENINE)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

CAÍ DO MUNDO E NÃO SEI COMO VOLTAR...

CAÍ DO MUNDO E NÃO SEI COMO VOLTAR...


Repassando porque achei uma
reflexão interessante!!!



O que acontece comigo é que não consigo andar pelo mundo pegando coisas e trocando-as pelo modelo seguinte só por que alguém adicionou uma nova função ou a diminuiu um pouco…
Não faz muito, com minha mulher, lavávamos as fraldas dos filhos, pendurávamos na corda junto com outras roupinhas, passávamos, dobrávamos e as preparávamos para que voltassem a serem sujadas.
E eles, nossos nenês, apenas cresceram e tiveram seus próprios filhos e se encarregaram de atirar tudo fora, incluindo as fraldas. Se entregaram, inescrupulosamente, às descartáveis!
Sim, já sei. À nossa geração sempre foi difícil jogar fora.. Nem os defeituosos conseguíamos descartar! E, assim, andamos pelas ruas, guardando o muco no lenço de tecido, de bolso.
Nããão! Eu não digo que isto era melhor. O que digo é que, em algum momento, me distraí, caí do mundo e, agora, não sei por onde se volta.
O mais provável é que o de agora esteja bem, isto não discuto. O que acontece é que não consigo trocar os instrumentos musicais uma vez por ano,
o celular a cada três meses ou o monitor do computador por todas as novidades.
Guardo os copos descartáveis! Lavo as luvas de látex que eram para usar uma só vez.
Os talheres de plástico convivem com os de aço inoxidável na gaveta dos talheres! É que venho de um tempo em que as coisas eram compradas para toda a vida!
E mais! Se compravam para a vida dos que vinham depois! A gente herdava relógios de parede, jogos de copas, vasilhas e até bacias de louça.
E acontece que em nosso, nem tão longo matrimônio, tivemos mais cozinhas do que as que haviam em todo o bairro em minha infância, e trocamos de refrigerador três vezes.
Nos estão incomodando! Eu descobri! Fazem de propósito! Tudo se lasca, se gasta, se oxida, se quebra ou se consome em pouco tempo para que possamos trocar.
Nada se arruma. O obsoleto é de fábrica.
Onde estão os sapateiros fazendo meia-solas dos tênis Nike? Alguém
viu algum colchoeiro encordoando colchões, casa por casa? Quem arruma as facas elétricas? o afiador ou o eletricista? Haverá teflon para os funileiros ou assentos de aviões para os talabarteiros?
Tudo se joga fora, tudo se descarta e, entretanto, produzimos mais e mais e mais lixo. Outro dia, li que se produziu mais lixo nos últimos 40 anos que em toda a história da humanidade.
Quem tem menos de 30 anos não vai acreditar: quando eu era pequeno, pela minha casa não passava o caminhão que recolhe o lixo! Eu juro! E tenho menos de ... anos! Todos os descartáveis eram orgânicos e iam parar no galinheiro, aos patos ou aos coelhos (e não estou falando do século XVII). Não existia o plástico, nem
Minha cabeça não resiste a tanto. Agora, meus parentes e os fo nylon. A borracha só víamos nas rodas dos autos e, as que não estavam rodando, as queimávamos na Festa de São João. Os poucos descartáveis que não eram comidos pelos animais, serviam de adubo ou se queimava..Desse tempo venho eu. E não que tenha sido melhor.... É que não é fácil para uma pobre pessoa, que educaram com "guarde e guarde que alguma vez pode servir para alguma coisa", mudar para o "compre e jogue fora que já vem um novo modelo".Troca-se de carro a cada 3 anos, no máximo, porque, caso contrário, és um pobretão. Ainda que o carro que tenhas esteja em bom estado... E precisamos viver endividados, eternamente, para pagar o novo!!! Mas... pelo amor de Deus!
filhos de meus amigos não só trocam de celular uma vez por semana, como, além disto, trocam o número, o endereço eletrônico e, até, o endereço real.
E a mim que me prepararam para viver com o mesmo número, a mesma mulher e o mesmo nome (e vá que era um nome para trocar). Me educaram para guardar tudo. Tuuuudo! O que servia e o que não servia. Porque, algum dia, as coisas poderiam voltar a servir.
Acreditávamos em tudo. Sim, já sei, tivemos um grande problema: nunca nos explicaram que coisas poderiam servir e que coisas não. E no afã de guardar (por que éramos de acreditar), guardávamos até o umbigo de nosso primeiro filho, o dente do segundo, os cadernos do jardim de infância e não sei como não guardamos o primeiro cocô.
Como querem que entenda essa gente que se descarta de seu celular a poucos meses de o comprar? Será que quando as coisas são conseguidas tão facilmente, não se valorizam e se tornam descartáveis com a mesma facilidade com que foram conseguidas?
Em casa tínhamos um móvel com quatro gavetas. A primeira gaveta era para as toalhas de mesa e os panos de prato, a segunda para os talheres e a terceira e a quarta para tudo o que não fosse toalha ou talheres. E guardávamos...
Como guardávamos!! Tuuuudo!!! Guardávamos as tampinhas dos refrescos!! Como, para quê? Fazíamos limpadores de calçadas, para colocar diante da porta para tirar o barro. Dobradas e enganchadas numa corda, se tornavam cortinas para os bares. Ao fim das aulas, lhes tirávamos a cortiça, as martelávamos e as pregávamos em uma tabuinha para fazer instrumentos para a festa de fim de ano da escola.
Tudo guardávamos! Enquanto o mundo espremia o cérebro para inventar acendedores descartáveis ao término de seu tempo, inventávamos a recarga para acendedores descartáveis. E as Gillette até partidas ao meio se transformavam em apontadores por todo o tempo escolar. E nossas gavetas guardavam as chavezinhas das latas de sardinhas ou de corned-beef, na possibilidade de que alguma lata viesse sem sua chave.
E as pilhas! As pilhas das primeiras Spica passavam do congelador ao telhado da casa. Por que não sabíamos bem se se devia dar calor ou frio para que durassem um pouco mais. Não nos resignávamos que terminasse sua vida útil, não podíamos acreditar que algo vivesse menos que um jasmim. As coisas não eram descartáveis. Eram guardáveis.
Os jornais!!! Serviam para tudo: para servir de forro para as botas de borracha, para por no piso nos dias de chuva e por sobre todas as coisas para enrolar.
As vezes sabíamos alguma notícia lendo o jornal tirado de um pedaço de carne!!! E guardávamos o papel de alumínio dos chocolates e dos cigarros para fazer guias de enfeites de natal, e as páginas dos almanaques para fazer quadros, e os conta-gotas dos remédios para algum medicamento que não o trouxesse, e os fósforos usados por que podíamos acender uma boca de fogão (Volcán era a marca de um fogão que funcionava com gás de querosene) desde outra que estivesse acesa, e as caixas de sapatos se transformavam nos primeiros álbuns de fotos e os baralhos se reutilizavam, mesmo que faltasse alguma carta, com a inscrição a mão em um valete de espada que dizia "esta é um 4 de paus".
As gavetas guardavam pedaços esquerdos de prendedores de roupa e o ganchinho de metal. Ao tempo esperavam somente pedaços direitos que esperavam a sua outra metade, para voltar outra vez a ser um prendedor completo..
Eu sei o que nos acontecia: nos custava muito declarar a morte de nossos objetos. Assim como hoje as novas gerações decidem matá-los tão-logo aparentem deixar de ser úteis, aqueles tempos eram de não se declarar nada morto: nem Walt Disney!!!
E quando nos venderam sorvetes em copinhos, cuja tampa se convertia em base, e nos disseram: Comam o sorvete e depois joguem o copinho fora, nós dizíamos que sim, mas, imagina que a atirávamos fora!!! As colocávamos a viver na estante dos copos e das taças. As latas de ervilhas e de pêssegos se transformavam em vasos e até telefones. As primeiras garrafas de plástico se transformaram em enfeites de duvidosa beleza. As caixas de ovos se converteram em depósitos de aquarelas, as tampas de garrafões em cinzeiros, as primeiras latas de cerveja em porta-lápis e as cortiças esperaram encontrar-se com uma garrafa.
E me mordo para não fazer um paralelo entre os valores que se descartam e os que preservávamos. Ah!!! Não vou fazer!!!
Morro por dizer que hoje não só os eletrodomésticos são descartáveis; também o matrimônio e até a amizade são descartáveis. Mas não cometerei a imprudência de comparar objetos com pessoas.
Me mordo para não falar da identidade que se vai perdendo, da memória coletiva que se vai descartando, do passado efêmero. Não vou fazer.
Não vou misturar os temas, não vou dizer que ao eterno tornaram caduco e ao caduco fizeram eterno.
Não vou dizer que aos velhos se declara a morte apenas começam a falhar em suas funções, que aos cônjuges se trocam por modelos mais novos, que as pessoas a que lhes falta alguma função se discrimina ou que se valoriza os mais bonitos, com brilhos, com brilhantina no cabelo e glamour.
Esta só é uma crônica que fala de fraldas e de celulares. Do contrário, se misturariam as coisas, teria que pensar seriamente em entregar à bruxa, como parte do pagamento de uma senhora com menos quilômetros e alguma função nova. Mas, como sou lento para transitar este mundo da reposição e corro o risco de que a bruxa me ganhe a mão e seja eu o entregue...

Eduardo
Galeano
Jornalista e escritor Uruguaio



sexta-feira, 25 de novembro de 2011

*QUE SEJA DOCE*

Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante. Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se fosse nada. (Caio Fernando Abreu)

‎25/11/11 - Dia Internacional de combate à violência contra a mulher -

‎25/11/11 - Dia Internacional de combate à violência contra a mulher -

História do dia 25 de novembro- A data é uma homenagem às irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa Mirabal, assassinadas pelo ditador Trujillo, em 1960, na República Dominicana. As três irmãs regressavam de Puerto Plata, onde seus maridos se encontravam presos. Na estrada, elas foram detidas e assassinadas por agentes do governo ...militar, que simularam um acidente.

Um poema para relexação: Hoje recebi flores!...

Não é o meu aniversário ou nenhum
outro dia especial; tivemos a nossa primeira
discussão ontem à noite e ele me disse muitas
coisas cruéis que me ofenderam de verdade.
Mas sei que está arrependido e não as disse
a sério, porque ele me enviou flores hoje.
E não é o nosso aniversário ou
nenhum outro dia especial.

Ontem ele atirou-me contra a parede e
começou a asfixiar-me. Parecia um pesadelo,
mas dos pesadelos acordamos e sabemos
que não são reais. Hoje acordei cheia de dores e
com golpes em todos lados.
Mas eu sei que ele está arrependido, porque me
enviou flores hoje. E não é Dia dos Namorados
ou nenhum outro dia especial.

Ontem à noite bateu-me e ameaçou matar-me.
Nem a maquiagem ou as mangas compridas
poderiam ocultar os cortes e golpes que me
ocasionou desta vez. Não pude ir ao emprego
hoje porque não queria que percebessem.
Mas eu sei que está arrependido porque ele
me enviou flores hoje. E não era Dia das Mães
ou nenhum outro dia especial.

Ontem à noite ele voltou a bater-me,
mas desta vez foi muito pior. Se conseguir
deixá-lo, o que é vou fazer? Como poderia
eu sozinha manter os meus filhos?
O que acontecerá se faltar o dinheiro?
Tenho tanto medo dele!
Mas dependo tanto dele que tenho medo
de o deixar. Mas eu sei que está arrependido,
porque ele me enviou flores hoje.

Hoje é um dia muito especial:
É o dia do meu funeral.
Ontem finalmente conseguiu matar-me.
Bateu-me até eu morrer.

Se ao menos eu tivesse tido a coragem e a
força para o deixar... Se tivesse pedido ajuda
profissional... Hoje não teria recebido flores!

Por uma vida sem violência!!!
Partilhem essa mensagem para criar consciência..
 

terça-feira, 22 de novembro de 2011

*TODOS OS DIAS = UM ANO NOVO QUE COMEÇA*

Para você ganhar belíssimo Ano Novo cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido (mal vivido talvez ou sem sentido) para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se ...nota, mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha, você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens (planta recebe mensagens? passa telegramas?)
Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta. Não precisa chorar arrependido pelas besteiras consumidas nem parvamente acreditar que por decreto de esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.
(Carlos Drummond de Andrade)
*TODOS OS DIAS = UM ANO NOVO QUE COMEÇA*
 

sábado, 19 de novembro de 2011

O Presente Mágico da Semana - Um Livro de Caio Fernando Abreu (Fragmentos);

A semana foi mágica, ganhei de um casal de amigos que foram na feira do livro em Porto Alegre, um livro de Caio Fernando Abreu, eles sabem da minha paixão por Caio e me presentearam, eles me deram o mais belo de todos os presentes, digo sempre que livro é jóia, e jóias rara.
Caio foi um escritor que amava as palavras e passava suas essências verdadeiras com amor e às vezes com críticas. Ele amava Clarice Lispector, amava o mistério de suas palavras, como ele mesmo a chamava (minha mestra, minha musa).

Agora vou postar as palvras de Paola que tem a págica no Facebook, a qual sigo:


Um pouco da vida de Caio para vcs.

Caio Fernando Abreu, o escritor gaúcho que f...aleceu há 15 anos, vítima de complicações decorrentes da AIDS, nunca esteve tão vivo. Seu sucesso parece tão vasto quanto sua obra. Ator, astrólogo, jornalista, roteirista, lavador de pratos, viajante, jardineiro, dramaturgo, hippie, mas acima de tudo um escritor, como ele mesmo definiu. Caio foi um pouco de todos os personagens de seus livros.

Caio ganhou prêmios e agradou à crítica literária. Teve amigos que foram ou que hoje são a alma da cultura do Brasil e morreu quando começava sua consagração. Em nenhum momento foi tão amado como é agora, por essa que chamam de Geração Y. Os jovens que conheceram Caio exclusivamente por meio de seus escritos, principalmente em frases soltas na internet, sentem como se tivessem descoberto, mais do que um escritor, um amigo, um igual. Parte deles mal conhece o rosto de Caio, sua história conturbada e intensa, seu amor incondicional à literatura, que o fazia viver quase tudo que escrevia: amam-no pelo que criou.

Ler Caio Fernando Abreu é como abrir um diário que nunca escrevemos, mas que revela tudo que sentimos e pensamos, tudo que queremos esconder dos outros e de nós mesmos. Este parece ser o diferencial de Caio: seus contos jogam-nos na cara coisas que não sabemos sobre nós mesmos, obrigam-nos a fazer uma limpeza interna, pensar sobre o que realmente somos e o que representamos ser. Terrivelmente crua e ao mesmo tempo amorosa e bela, a obra de Caio Fernando nos captura justamente por essas contradições.

Caio tornou-se um mito literário, “melancolicamente póstumo”, como bem profetizou.



Paola Oliveira
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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Cuidando do Nosso Planeta - Gerárd Moss, idealizador do Projeto Rios Voadores -

Gerárd Moss, idealizador do Projeto Rios Voadores, será condecorado pela Rainha Elizabeth

Explorador vai receber título de Membro da Ordem do Império Britânico por serviços prestados ao meio ambiente por seu projeto, patrocinado desde 2003 pela Petrobras

A rainha do Reino Unido, Elizabeth II, concederá a Gerárd Moss, idealizador do Projeto Rios Voadores, a medalha e o título de Membro da Ordem do Império Britânico – MBE. A condecoração ocorrerá no dia 18 de novembro, no Palácio de Buckingham, em Londres. Gerárd Moss será reconhecido pelos serviços prestados em questões do meio ambiente no Brasil. Com o Projeto Rios Voadores, patrocinado desde 2003 pela Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental, ele viabilizou pesquisas sobre a influência no clima brasileiro das correntes de ar carregadas de vapor de água que atravessam a Amazônia e levam a umidade para outras regiões do Brasil - os chamados "rios voadores".
Explorador ambiental, piloto e engenheiro, o inglês Gerárd naturalizou-se brasileiro há duas décadas. No Brasil, ele tem se dedicado a promover a preservação e o uso racional das águas. "Estou muito surpreso e honrado por ter sido indicado para receber a condecoração MBE. Mas tenho plena consciência de que esse reconhecimento vem graças à colaboração que tive durante muitos anos de vários cientistas brasileiros, nos projetos Brasil das Águas e Rios Voadores, e à confiança dos responsáveis pelo Programa Petrobras Ambiental", diz Moss.
O projeto é realizado através de uma expedição aérea que percorre os “rios voadores”, coletando amostras de vapor de água, com objetivo de pesquisar como o desmatamento da floresta pode afetar o clima e alterar o ciclo hidrológico, principalmente nas regiões Sul e Sudeste do país. Novas pesquisas serão realizadas para estudar a origem do vapor de água e calcular o volume da água cedida para a atmosfera pela evaporação das folhas e transpiração das árvores e plantas.
Em iniciativa inédita, Gérard Moss optou por utilizar um balão que fará voos para a coleta de amostras rentes a copas de árvores e a campos degradados ou de plantio. “É uma excelente plataforma que permite uma observação mais próxima destas áreas”, explica. As informações coletadas também devem servir para que os estudiosos das mudanças climáticas possam validar seus resultados.




terça-feira, 15 de novembro de 2011

domingo, 13 de novembro de 2011

CRÍTICOS, CRIATIVOS, CUIDANTES - (Leonardo Boff)

Já se disse acertadamente que educar não é encher uma vasilha vazia mas acender uma luz. Em outras palavras, educar é ensinar a pensar e não apenas ensinar a ter conhecimentos. Estes nascem do hábito de pensar com profundidade. Hoje em dia conhecemos muito mas pensamos pouco o que conhecemos. Aprender a pensar é decisivo para nos situar autonomamente no interior da sociedade do conhecimento e da informação. Caso contrário, seremos simples caudatários dela, condenados a repetir modelos e fórmulas que se superam rapidamente. Para pensar, de verdade, precisamos ser críticos, criativos e cuidantes.

Somos críticos quando situamos cada texto ou evento em seu contexto biográfico, social e histórico. Todo conhecimento envolve também interesses que criam ideologias que são formas de justificação e também de encubrimento. Ser crítico é tirar a máscara dos interesses excusos e trazer à tona conexões ocultas. A crítica boa é sempre também auto-crítica. Só assim se abre espaço para um conhecimento que melhor corresponde ao real sempre cambiante. Pensar criticamente é dar as boas razões para aquilo que queremos e também implica situar o ser humano e o mundo no quadro geral das coisas e do universo em evolução.

Somos criativos quando vamos além das fórmulas convencionais e inventamos maneiras supreendentes de expressar a nós mesmos e de pronunciar o mundo; quando estabelecemos conexões novas, introduzimos diferenças sutis, identificamos potencialidades da realidade e propomos inovações e alternativas consistentes. Ser criativo é dar asas à imaginação "a louca da casa" que sonha com coisas ainda não ensaiadas mas sem esquecer a razão que nos segura ao chão e nos garante o sentido das mediações.

Somos cuidantes quando prestamos atenção aos valores que estão em jogo, atentos ao que realmente interessa e preocupados com o impacto que nossas idéias e ações podem causar nos outros. Somos cuidantes quando não nos contentamos apenas em classificar e analisar dados, mas quando discernimos atrás deles, pessoas, destinos e valores. Por isso, somos cuidantes quando distinguimos o que é urgente e o que não é, quando estabelecemos prioridades e aceitamos processos. Em outras palavras, ser cuidante é ser ético, pessoa que coloca o bem comum acima do bem particular, que se responsabiliza pela qualidade de vida social e ecológica e que dá valor à dimensão espiritual, importante para o sentido da vida e da morte.

A tradição iluminista de educação tem enfatizado muito a dimensão crítica e criativa e menos a cuidante. Esta é hoje urgente. Se não formos coletivamente cuidantes esvaziaremos a crítica e a criatividade e podemos pôr tudo a perder, o bem viver em sociedade com justiça mínima e paz necessária e as as condições da biosfera sem as quais não há vida. Albert Einstein despertou para a dimensão cuidante de todo saber quando Krishnamurti o interpelou: Em que medida, Sr. Einstein, a sua teoria da relatividade ajuda a minorar o sofrimento humano? Einstein, perplexo, guardou nobre silêncio. Mas mudou. A partir daí se comprometeu pela paz e contra as armas nucleares. Em todos os âmbitos da vida, precisamos de pessoas críticas, criativas e cuidantes. É condição para uma cidadania plena e para uma sociedade que sempre se renova. Tarefa da educação hoje é criar tal tipo de pessoas.

Fonte: www.leonardoboff.com - artigos - 2004JB


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Todos os Dias...

Só quem passou por um momento tão seu, tão dolorido, tão sem explicação consegue sentir o que se passa dentro de um coração e de uma mente, os anos vão passando e vão amenizando o vazio, porém, apenas ameniza...
A data de lembrar de quem partiu é hoje no calendário, é uma representação, a lembrança de quem amamos é como o nascer do sol, nasce todos os dias e quando há chuva você não deixa de imaginar o lindo nascer do sol...
*Giovanni Camargo Dornelles* - PAIZÃO -.

domingo, 9 de outubro de 2011

Poema - Desejo a Você -

 
 
 
Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore!
(Victor Hugo)

sábado, 17 de setembro de 2011

Educação...

Educação Sentimental...
Educação Virtual...
Educação na Vida Real!!!!
Não são irreais, é só praticar!!!

Giovanna Dornelles (Gica)
 
 
 

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

“O silêncio responde até mesmo aquilo que não foi perguntado.” (Caio Fernando Abreu)


Alguém pode explicar?

Voltando para o Cassino a praia onde moro, há alguns minutos atrás deparei-me com uma situação revoltante.Duas meninas nas proximidades do trevo estavam "brincando" com um cachorrinho, porém, a brincadeira era a seguinte, uma chutava a barriga e a cabeça do cachorrinho cheio de sarna quase agonizando... e a outra vibrava com a atitude da companheira. Várias pessoas começaram a buzinar e a pedir para que parassem, incluindo eu.Infelizmente as meninas continuaram.Em que mundo estamos vivendo? Alguém pode explicar?
 

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

domingo, 31 de julho de 2011

Que Comece Agora.

“Que comece agora. E que seja permanente essa vontade de ir além daquilo que me espera. E que eu espero também. Uma vontade de ser. Àquela, que nasceu comigo e que me arrasta até a borda pra ver as flores que deixei de rastro pelo caminho. Que me dê cadência das atitudes na hora de agir. Que eu saiba puxar lá do fundo do baú, o jeito de sorrir pros nãos da vida. Que as perdas sejam medidas em milímetros e que todo ganho não possa ser medido por fita métrica nem contado em reais. Que minha bolsa esteja cheia de papéis coloridos e desenhados à giz de cera pelo anjo que mora comigo. Que as relações criadas sejam honestamente mantidas e seladas com abraços longos. Que eu possa também abrir espaço pra cultivar a todo instante as sementes do bem e da felicidade de quem não importa quem seja ou do mal que tenha feito para mim. Que a vida me ensine a amar cada vez mais, de um jeito mais leve. Que o respeito comigo mesma seja sempre obedecido com a paz de quem está se encontrando e se conhecendo com um coração maior. Um encontro com a vontade de paz e o desejo de viver.” (Caio Fernando Abreu)

terça-feira, 19 de julho de 2011

Partir é Partir Corações...

Partir é partir corações, o coração que fica e o que vai embora se partem em uma mesma sinfônia, a sinfônia do desespero.
No primeiro momento é um misto de horror e raiva, depois vem a sensação que estamos em um pesadelo, e por mais que tenhamos a fé em um Deus, em uma força divina nos debatemos e falamos com a nossa fé, o que aconteceu?
Mas o chão se abre e o céu baila em um ritmo sem freio e você pensa que não faz parte dessa história, mas com o passar dos segundos a tua dúvida e tua mente te abraçam e junto vem a mão de Deus e te coloca na palma da mão e te leva a tua única realidade, que a hora de se despedir realmente chegou.
E então você começa a lembrar de tudo que aprendeu, tudo que viveu, tudo que planejou com quem está prestes a embarcar no "trem", e vocês estão na mesma estação, e seus pensamentos ficam juntos com o campanheiro de jornada e vocês em oração se abraçam se beijam e apertam as mãos, isso só você consegue sentir.
Você ama e sente com o coração e com o pensamento e sabe que mesmo que o "trem" tenha se afastado da estação é só fechar os olhos para sentir a presença e as doces palavras que teu amigo deixou gravado  para sempre.
E o vento que passa frio no teu rosto, as ondas do mar que te banham, a chuva que às vezes chora vem ser o ar , os braços e as lágrimas de quem partiu.
E o sol que chega nas manhãs é a força e o calor de quem partiu nos fazendo lembrar que a luta da vida é forte e que precisa continuar a nascer todos os dias.
O sol nasce todos os dias e tu tens que entender que é preciso continuar, é preciso ter fé, é preciso construir os pedaços partidos dos corações que jamais vão se separar.

De Giovanna Dornelles

* Uma simples homenagem pelos 03 anos da partida de um ser cheio de amor, doces palavras e uma sabedoria sem igual, meu pai Giovanni Camargo Dornelles"         

domingo, 17 de julho de 2011

Sempre Lembrado & Amado...

O que está vivo em nossos corações e em nossos pensamentos não se perde e não acaba, permanece vivo tudo o que é lembrado e amado.
Na data de hoje eu lembro o dia do teu aniversário e sei que dentro do meu coração e do meu pensamento sempre viverás. Meu Pai, meu amigo e meu amor... *Giovanni Camargo Dornelles *


sábado, 4 de junho de 2011

Dias Diferentes...

Os dias que passei entre a semana que terminou e o dia de hoje ocorreram  várias emoções, nascimento do meu sobrinho, algo muito especial, a vida que chega é sempre um belo presente de Deus.
E adrenalinas emergindo de todos os lados do meu organismo, provas e provas, algumas positivas ao meu ver, talvez por maior entendimento em determinado campo, porém algumas não tão positivas, falta de conhecimento talvez, ainda há muito o que  aprender.
Mas um fato mexeu com as minhas emoções mais profundas, encontrar um amigo que sempre esteve por perto mesmo que longe fisicamente, sempre nos recebemos com muita alegria.
Esse amigo sempre foi  a vida em sua porção maior, sabe o amigo que você fica horas ao lado e quando vai embora você fica com dor na barriga e nas bochechas de tanto rir, é esse amigo é assim.
Fiquei triste ao saber que essa alegria toda está momentâneamente abalada, sei que é um momento e que logo vai passar.  
A minha vontade foi arrancar com as mãos a dor em seu peito e em seus olhos, mas não é possível, e agora eu só tenho em minha mente desejar que a alegria volte a habitar teu caminho meu grande amigo.
Se alguém me perguntar, qual é o nome do teu amigo? eu não vou falar apenas direi que eu o chamo de ALEGRIA, é o nome dele bem que podia ser ALEGRIA, acredito que quando ele nasceu passou um anjinho e disse: Você nasceu para brilhar e encantar a todos que por ti vão passar.
Se você meu amigo ler essas linhas eu sei que saberás que foi para você que eu escrevi e sei também que logo tudo vai passar e você vai voltar a sorrir com o sorriso do amigo e irmão de jornada de sempre.
Dias diferentes?
Acredito que os dias sempre foram assim, dias de emoções e mais emoções, porém, hoje em dia as emoções são mais responsáveis e muito mais sérias.
Que os nossos dias se tornem tudo que os nossos corações desejarem  e eu desejo muita saúde e muito Alegria a todos.
Giovanna Dornelles  

domingo, 20 de março de 2011

A Arte de Seduzir;

Hoje vou postar essas sábias palavras de Frei Betto: 
"Toda ditadura é megalômana. E a que governou o Brasil sob botas e fuzis, de 1964 a 1985, não foi diferente. A construção da rodovia Transamazônica simboliza a arrogância do regime militar.

Rasgou-se a selva de leste a oeste. Abriu-se a estrada em paralelo a caudalosas vias fluviais. Em vez de aprimorar o sistema de navegação pelo rio Amazonas e seus afluentes, a ditadura preferiu obrigar a floresta a ajoelhar-se a seus pés. Possantes máquinas puseram abaixo árvores milenares encorpadas de madeiras nobres, destruíram ecossistemas preciosos, alteraram o equilíbrio ecológico da região.



Tudo em nome de uma palavra tão propalada e, no entanto, vazia de significado: desenvolvimento. Leia-se: exploração predatória da maior floresta tropical do mundo, aberta à voracidade de mineradoras, madeireiras e, sobretudo, do latifúndio predador, quase sempre movido a trabalho escravo.


"No meio do caminho havia uma pedra”, repetiria Drummond. Povos indígenas. Como impedir que oferecessem resistência? Simples: através da arte de seduzir. A Funai ergueu tapini (cabanas de folhas). Dentro, utensílios de caça e cozinha, ferramentas etc. Os índios, encantados com os objetos, acolhiam gentilmente os caras-pálidas. E ingenuamente eram cooptados pelas relações mercantilistas. Em troca de bugigangas perdiam saúde, terras, liberdade e vida.
Detalhe: o mato, não o gato, comeu a Transamazônica, fonte de riqueza e poder de umas tantas empreiteiras.


Hoje, os índios somos todos nós. Os tapini, os shopping, a publicidade, as veneráveis bugigangas que nos agregam valor. O inumano imprime sentido ao humano, como faziam os deuses de ouro denunciados pelos profetas bíblicos: tinham boca, mas não falavam; olhos, mas não viam; ouvidos, mas não escutavam; pés, mas não andavam...


Estamos todos somos sob o efeito hipnótico do consumismo. Não importa se o produto é frágil ou de má qualidade. Seu design nos cativa. Sua publicidade nos faz acreditar que estamos comprando a oitava maravilha do mundo! E, ingenuamente, que se trata de um produto durável, mesmo conscientes de que o capitalismo não se importa com o direito do consumidor, e sim com a margem de lucro do produtor.


Como se livrar do labirinto consumista que, na verdade, se consuma nos consumindo? Não vejo outra porta de saída fora da espiritualidade, somada a uma nova visão do mundo. Sem espiritualidade corremos o risco – sobretudo os mais jovens – de dar importância àquilo que não tem. Imbuídos da baixa autoestima que nos incute a publicidade ("você não é ninguém porque não possui este carro, não veste esta roupa, não faz esta viagem...”) encaramos a mercadoria como algo que nos agrega valor. Não basta a camisa, a bolsa ou o tênis. Têm que ser de grife, com a etiqueta exibida do lado de fora. Assim, todos à nossa volta haverão de reconhecer o nosso status. E quiçá invejar-nos. E aquele ser humano que, ao lado, carece de produtos refinados, é visto como não tendo nenhuma importância. Pois não se enquadra no atual princípio pós-cartesiano: "Consumo, logo existo.”


É espiritualizada toda pessoa cujo sentido de vida deita raízes em sua subjetividade e cujas opções são movidas por ideais altruístas. Ela não faz do que possui –conta bancária, títulos, casa, carro etc.– seu fator de autoestima. Sabe que tem valor em si, que não é nutrido pela posse de bens e sim por sua capacidade de fazer o bem aos outros. Sua autoestima se funda na generosidade, solidariedade e compaixão. Ela é feliz porque sabe fazer outras pessoas felizes.


O mercado tudo oferece. Todos os seus produtos nos chegam embrulhados em papel de presente: se compramos este carro, seremos felizes; se bebemos aquela cerveja, nos sentiremos alegres; se adquirimos tal roupa, ficaremos joviais. O único bem que o mercado jamais oferta é justamente este que mais buscamos: a felicidade. No máximo, o mercado tenta nos convencer de que a felicidade é o resultado da soma de prazeres.


Ora, a felicidade é um bem do espírito, jamais dos sentidos, da cobiça ou da arrogância. É feliz quem ousa destampar o próprio ego e conectar-se com o Transcendente, o próximo e a natureza. Esse irromper para fora de si mesmo tem nome: amor. E se manifesta nas dimensões pessoal, no dom de si ao outro, e na social, no empenho de construir um mundo melhor".
(Frei Betto)

quarta-feira, 9 de março de 2011

Dia Internacional da Mulher - 08 de Março;


"Nenhuma mulher que se respeite deveria desejar ou trabalhar para o sucesso de um grupo que desconhece o seu sexo" Susan B. Anthony, 1872 e 1894.


Chegamos na data de hoje com tanto orgulho em ser mulher, a força sempre esteve ao nosso lado mesmo quando muitos pensaram e visualizaram a mulher como sinônimo de fraqueza.


Nosso dia foi marcado pela luta de operárias de uma fábrica de costuras, que em 1857 aderiram a uma greve, reivindicando melhoras  nas suas situações de trabalho, infelizmente tal manifestação foi reprimida com brutalidade.


Essas guerreiras foram trancadas dentro da fábrica, a qual foi incendiada, 130 mulheres foram carbonizadas em um ato extremamente desumano.  


Mulheres, sejamos sempre fortes e guerreiras na essência, chegamos até aqui com a dignidade de quem sabe por quais ideiais continuamos e continuaremos  a nossa luta.


Giovanna Dornelles

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Brilho No Olhar.

P orque

S erá que falta

D emais o

B rilho no olhar?????



Fernando Henrique em seu comentário deixou-me estarrecida, ao falar com tanta convicção do governo do Ex-Presidente Lula, é engraçado mesmo ver um Ex-Presidente tecer comentários extremamente crítico do último Ex-Presidente... Bom vou ao que realmente abalou,  FHC reconheceu os avanços socioeconômicos do País nos últimos anos, mas disse que Lula o decepcionou ao fazer uma gestão que avaliou como conservadora e complacente com a corrupção. "Eu conheci o Lula no ABC, em São Bernardo do Campo, o Lula inovador, que dizia que a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT precisava ser liberada, que os trabalhadores precisavam de uma nova forma de relação, um sindicato mais independente, um plano de reformas, que precisava mudar o Brasil", afirmou FHC.
E ainda disse que como sociólogo gostou mais do governo de Lula e na sua visão política deixou a desejar...
Sinceramente, não entendi qual foi a intenção!!!!

PT Saudações!!!!!
Giovanna Dornelles

Brilho No Olhar.

Fernando Henrique em seu comentário deixou-me estarrecida, ao falar com tanta convicção do governo do Ex-Presidente Lula, é engraçado mesmo ver um Ex-Presidente tecer comentários extremamente crítico do último Ex-Presidente... Bom vou ao que realmente abalou,  FHC reconheceu os avanços socioeconômicos do País nos últimos anos, mas disse que Lula o decepcionou ao fazer uma gestão que avaliou como conservadora e complacente com a corrupção. "Eu conheci o Lula no ABC, em São Bernardo do Campo, o Lula inovador, que dizia que a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT precisava ser liberada, que os trabalhadores precisavam de uma nova forma de relação, um sindicato mais independente, um plano de reformas, que precisava mudar o Brasil", afirmou FHC.
E ainda disse que como sociólogo gostou mais do governo de Lula e na sua visão política deixou a desejar...
Sinceramente, não entendi qual foi a intenção!!!!

PT Saudações!!!!!
Giovanna Dornelles


 

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Tu Te Tornas Eternamente Responsável Por Aquilo Que Cativas...

...E acrescentou:

- Vai rever as rosas. .
Tu compreenderás que a tua, é a única no mundo.
É simples, o segredo: só se vê bem com o coração.
O essencial é invisível para os olhos.
Foi o tempo que perdeste com tua rosa, que fez tua rosa tão importante.
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.
Tu és responsável pela rosa...

- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar... " Os homens do teu planeta, disse o principezinho, cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim...e nunca encontram o que procuram...
E no entanto, o que eles buscam poderia ser achado numa só rosa, ou num pouquinho d'água...

"Mas os olhos são cegos.
É preciso buscar com o coração..."
(Antoine De Saint- Exupéry)

Que em 2011 continuemos cativando e sendo cativados pelas belas "rosas" que vamos plantando pela nossa caminhada e que o nosso coração busque as nossas verdades. Um Feliz Ano Novo!!!!!
Giovanna Dornelles